quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O Impasse Eleitoral do Bolsonarismo e da “Terceira Via”

"Caras amigas, caros amigos,

Aproveito a oportunidade para desejar a todos e todas um feliz e próspero 2022! 

Que as forças democráticas desse País articuladas pelo ex-presidente Lula, sejam capazes de reverter os anos de infâmia que os golpistas de 2016 e os bolsonaristas da hora patrocinaram contra nosso amado País. 

                                                                              Foto: Fernando Rosa - site PT no Senado


A batalha democrática que se avizinha para o próximo ano com as eleições presidenciais, não será nada fácil. Posto que os inimigos do Brasil são poderosos, possuem a mídia corporativa e despejarão recursos nas redes sociais para mentir, enganar e dividir o povo brasileiro. Mas nenhum poder dobrará a consciência e a luta da classe trabalhadora e dos setores populares. Os trabalhadores e as trabalhadoras não se conformarão com o destino que o imperialismo anglo-americano e as elites nativas subordinadas querem impor, isto é, mais miséria, mais desemprego, mais violência e destruição da riqueza e do patrimônio público nacional. 

Nessa última contribuição que faço nesse ano, procuro desenvolver as contradições internas e eleitorais que o bolsonarismo promoveu para o campo reacionário e seus financiadores, sepultando - a meu juízo - a malfadada "terceira via" e praticamente inviabilizando a reeleição do "inominável". 



                                                                                        Foto: Reprodução/Facebook


Após uma breve pausa de descanso, para o próximo daremos prosseguimento às publicações nesse espaço de reflexão a serviço da classe trabalhadora.

Forte abraço!"


O Impasse Eleitoral do Bolsonarismo e da “Terceira Via”


| por Ilton Freitas


Todos que eventualmente acompanham nossas análises sabem que sustentamos que o bolsonarismo resultou do desmonte político e institucional do País, cujo ponto de inflexão foi o impeachment da presidente Dilma e a assunção de seu vice lesa-pátria, Michel Temer/MDB, em 2016 . O processo fraudulento contra o ex-presidente Lula, seu encarceramento e a eleição de Bolsonaro em 2018, complementaram o script da “Guerra Híbrida” desatada sobre o Brasil pelo império anglo-americano, a partir das malfadadas “jornadas de junho de 2013” e do movimento “Não Vai ter Copa” de 2014. A implosão da democracia brasileira teve prosseguimento no governo Bolsonaro com suas inúmeras ameaças as instituições do Estado, sobretudo ao STF (Supremo Tribunal Federal), e mais as tentativas de instrumentalização de órgãos como a PGR (Procuradoria Geral da República) e a PF (Polícia Federal).

A rigor a agenda do imperialismo anglo-americano foi cumprida à risca.  Em comum acordo com as  oligarquias sabujas brasileiras os trabalhadores e as classes populares foram literalmente afanados nas “contra-reformas” trabalhista e previdenciária. E concomitante ao caos social provocado pelo desemprego e pela precarização das relações de trabalho a nação foi devastada com a “venda“ do pré-sal, com a política de preços dos combustíveis, com as privatizações das refinarias  e do patrimônio público nacional, com os ataques ao meio-ambiente na região da Amazônia, pela desindustrialização e pelo rentismo. Contudo, a “pedra de toque” de todo esse processo foi o governo Bolsonaro. Por quê? Fundamentalmente porque para curvar um país da importância do Brasil, é necessário fraturá-lo politicamente e desmoralizar sua população internamente, subvertendo valores e costumes. Além disso faz-se mister do ponto-de-vista daqueles que dilapidaram o País, reduzir seu protagonismo internacional à condição de um estado pária e vassalo do império. Nesse sentido  a repugnante figura de Bolsonaro e seu fascistóide governo, constituem a devida e requerida aberração política moldada para desmontar uma nação, outrora  pujante, com um povo orgulhoso e respeitada pela comunidade internacional. 

Entrementes, o putrefato projeto bolsonarista não tardou em apresentar fissuras, contradições e debilidadades quase que incontornáveis. A explosiva combinação da falta de gestão na pandemia de covid-19, que resultou em genocídio, e a destruição dos fundamentos da economia nacional pelo “Chicago Boy”, Paulo Guedes, tornaram o bolsonarismo - para os seus promotores e financiadores - um tremendo e dramático problema eleitoral. Como hipótese sustento que os planificadores de Bolsonaro perderam o timing, e não o “afastaram” (por bem, ou, por mal, se é que me entendem...) a tempo de substituir o fenômeno reacionário encarnado por Bolsonaro por um outro personagem lacaio e do meio militar, que lhes desse sobrevida. Por conseguinte a equação que não fecha para os inimigos do povo brasileiro é a seguinte; o bolsonarismo não é mais reproduzível eleitoralmente, mas se preservou como expressão política de uma minoria de quintas colunas/fascistóides de distintas matizes e estratos sociais. O bolsonarismo tem voto, mas não é mais competitivo, conforme as pesquisas recentes de diferentes institutos (Datafolha, CNT, etc). Bolsonaro com os seus pouco mais de 20% de intenção de votos válidos e uma rejeição cavalar de mais de 50%, não só se inviabiliza eleitoralmente como, paradoxalmente sepulta qualquer tentativa de terceira via, posto que o espaço do bolsonarismo no espectro eleitoral dificulta e praticamente inviabiliza a transferência de votos para uma eventual via alternativa a lá Doria, ou, Moro, que como sabemos não passam de embusteiros a serviço da continuidade da agenda econômica de Guedes e do capital financeiro.  

Tudo indica que a “dinâmica do caos” que foi aplicada no Brasil reverteu num resultado indesejado e contraditório para os seus promotores de Washington até a Avenida Paulista. Isto é, o bolsonarismo não só foi incapaz de destruir o legado político do ex-presidente Lula, como contraditoriamente o reabilitou ao ponto de destroçar o lawfare, do qual foi vítima através dos lavajatistas desmoralizados da “República de Curitiba”. O bolsonarismo tornou Lula o eixo fundamental da reconstrução do País, e o grande interlocutor do necessário diálogo nacional com amplos setores da sociedade, para fins de superação dos anos de infâmia e de retrocesso econômico promovidos pelos governos Temer e Bolsonaro. E isso é facilmente demonstrável e expresso pelo favoritismo eleitoral do ex-presidente para o pleito de 2022.  

Por óbvio que o grande favoritismo do ex-presidente Lula para as eleições presidenciais no próximo ano, não garante sua vitória nas urnas. Posto que os adversários do Brasil como uma nação soberana e a serviço de sua população não são apenas poderosos economicamente, mas são sabidamente inescrupulosos e desprovidos de limites para a consecução dos mais pérfidos planos e objetivos. Para o império norte-americano e seus lacaios nativos não se trata de eleição democrática, se trata de “Guerra Híbrida” contra uma nação e seu povo. Que os responsáveis pela campanha eleitoral e pela segurança do ex-presidente Lula tenham isso claro e tomem as devidas providências.   


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