(FONTE: www.blogdoalok.blogspot.com.br)
Em 1991, a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sofreu um golpe de estado com a participação da CIA, e entronizou na Presidência da então proclamada Federação Russa, o oligarca e ex-prefeito de Moscou, o ébrio Boris Yeltsin.
Em 1991, a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sofreu um golpe de estado com a participação da CIA, e entronizou na Presidência da então proclamada Federação Russa, o oligarca e ex-prefeito de Moscou, o ébrio Boris Yeltsin.
Ato contínuo ao desmembramento da URSS em repúblicas independentes, a Federação Russa sob o comando dos “Harvard Boys” do economista Jeffrey Sachs, e de suas contrapartes russas, Yegor Gaidar e Anatoli Chubais, sofreu a então proclamada “Terapia de Choque”. A “Terapia de Choque” nada mais era do que um programa de desmonte da infraestrutura da Rússia, de privatizações selvagens e de saques das riquezas do Estado - acumuladas na era soviética. Oligarcas russos que participaram do butim reuniram em pouco tempo fortunas incalculáveis, e as transferiram para o sistema financeiro ocidental. Gente do tipo Vladimir Gusinsky, Vladimir Potanin, Roman Abramovitch e Boris Berezovsky, dentre outros oligarcas, (ligados as indústrias de mídia e do petróleo) literalmente saquearam o povo russo. Para se ter uma ideia do descalabro administrativo e econômico da época, o PIB da Rússia tombou em aproximadamente 60% entre 1991 e 1998. Ano em que Vladimir Putin chega a Presidência bancado por setores nacionalistas da comunidade de segurança, e coloca termo ao diabólico festim neoliberal!
No Brasil contemporâneo estamos passando por algo muito similar ao que ocorreu na Rússia, ao longo dos anos noventa. A “Ponte Para o Futuro” do governo de foras-da-lei de Michel Temer, é uma versão tropical da “Terapia de Choque” de Jeffrey Sachs. Desmonte da infraestrutura do País, privatizações e desnacionalizações selvagens, arrocho e assalto contra os direitos dos trabalhadores e da população mais desfavorecida.
Nesse sentido vale muito a pena ler com atenção a entrevista do William F Enghdal, um dos principais analistas de geopolítica do mundo, concedida ao economista Lars Schall, e publicada no portal, The Vineyard of The Saker. Na entrevista W Enghdall disseca o conturbado e reacionário período neoliberal na Rússia, durante a presidência de Yeltsin. As gangs de oligarcas que assaltaram o estado soviético o levando a quase inanição, se parecem e muito com os grupos de poder que tomaram de assalto o estado brasileiro, através de um golpe parlamentar contra a presidente Dilma, em 2016. Yeltsin e Temer são personagens muito assemelhados, sobretudo no que diz respeito ao destino das suas respectivas biografias, isto é, o lixo da história! A tradução da entrevista é do Coletivo Vila Vudu, e a estupenda introdução é do jornalista Pepe Escobar.
Boa leitura!