terça-feira, 24 de abril de 2018

"Para entender o estupro do Brasil, em 2016: Estupro da Rússia, nos anos 1990s. Lars Schall entrevista F. William Engdahl"

(FONTE: www.blogdoalok.blogspot.com.br)


Em 1991, a ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sofreu um golpe de estado com a participação da CIA, e entronizou na Presidência da então proclamada Federação Russa, o oligarca e ex-prefeito de Moscou, o ébrio Boris Yeltsin.

Ato contínuo ao desmembramento da URSS em repúblicas independentes, a Federação Russa sob o comando dos “Harvard Boys” do economista Jeffrey Sachs, e de suas contrapartes russas, Yegor Gaidar e Anatoli Chubais, sofreu a então proclamada “Terapia de Choque”. A “Terapia de Choque” nada mais era do que um programa de desmonte da infraestrutura da Rússia, de privatizações selvagens e de saques das riquezas do Estado -  acumuladas na era soviética. Oligarcas russos que participaram do butim reuniram em pouco tempo fortunas incalculáveis, e as transferiram para o sistema financeiro ocidental. Gente do tipo Vladimir Gusinsky, Vladimir Potanin, Roman Abramovitch e Boris Berezovsky, dentre outros oligarcas, (ligados as indústrias de mídia e do petróleo) literalmente saquearam o povo russo. Para se ter uma ideia do descalabro administrativo e econômico da época, o PIB da Rússia tombou em aproximadamente 60% entre 1991 e 1998. Ano em que Vladimir Putin chega a Presidência bancado por setores nacionalistas da comunidade de segurança, e coloca termo ao diabólico festim neoliberal!

No Brasil contemporâneo estamos passando por algo muito similar ao que ocorreu na Rússia, ao longo dos anos noventa. A “Ponte Para o Futuro” do governo de foras-da-lei de Michel Temer, é uma versão tropical da “Terapia de Choque” de Jeffrey Sachs. Desmonte da infraestrutura do País, privatizações e desnacionalizações selvagens, arrocho e assalto contra os direitos dos trabalhadores e da população mais desfavorecida. 

Nesse sentido vale muito a pena ler com atenção a entrevista do William F Enghdal, um dos principais analistas de geopolítica do mundo, concedida ao economista Lars Schall, e publicada no portal, The Vineyard of The Saker. Na entrevista W Enghdall disseca o conturbado e reacionário período neoliberal na Rússia, durante a presidência de Yeltsin. As gangs de oligarcas que assaltaram o estado soviético o levando a quase inanição, se parecem e muito com os grupos de poder que tomaram de assalto o estado brasileiro, através de um golpe parlamentar contra a presidente Dilma, em 2016. Yeltsin e Temer são personagens muito assemelhados, sobretudo no que diz respeito ao destino das suas respectivas biografias, isto é, o lixo da história! A tradução da entrevista é do Coletivo Vila Vudu, e a estupenda introdução é do jornalista Pepe Escobar.

Boa leitura! 






sexta-feira, 13 de abril de 2018

O Golpe “Dobrou a Aposta”: A Prisão do Presidente Lula



Considerando o golpe parlamentar que resultou no impeachment de Dilma em 2016, e a prisão do presidente Lula nos primeiros dias de abril, podemos afirmar que os golpistas “dobraram a aposta”. Dobrar a aposta é uma técnica difundida em cassinos onde os jogadores apostam todas as fichas em sucessivas rodadas até a contemplação. Por outro lado, o fato de “dobrarem a aposta” ao prenderem Lula sugere duas coisas: a) que algo não saiu como o previsto, e b) que novos lances se sucederão na escalada golpista, ou seja, há “método por trás da loucura”! Vejamos.




Foto: Francisco Proner