terça-feira, 28 de maio de 2019

Carta do cárcere de Julian Assange

| por: Julian Assange





"Em 11 de abril foi preso ilegalmente por policiais britânicos o fundador do WikiLeaks, o australiano, Julian Assange. 

A permissão ilegal para a perpetração do arbítrio, fora concedida pelo governo de Moreno, do Equador,mais um titere dos interesses dos EUA na América Latina.

Como sabido, Assange estava asilado na embaixada equatoriana de acordo com o direito internacional, desde 2012.

O jornalista independente, Gordon Dimmack, divulgou uma carta de Assange que deve circular mundo afora e se converter numa mensagem de luta pela liberdade de expressão, e de denúncia sobre as desumanas condições de seu encarceramento. 

Assim como Lula, Assange é um prisioneiro político! Não fosse o WikiLeaks jamais tomaríamos conhecimento das atrocidades e crimes cometidos pelas forças militares de ocupação norte-americana no Iraque, entre 2003 e 2011.

Assim como Lula, Assange é um prisioneiro político, e todos que se opõe as mentiras e manipulações do império devem defender sua liberdade imediata!"


Carta do Cárcere de Julian Assange


Nos primeiros comentários públicos após a sua prisão, Julian Assange, fundador e editor da WikiLeaks, pormenorizou as condições repressivas que enfrenta na prisão britânica de Belmarsh e apelou a uma campanha contra a ameaça da sua extradição para os Estados Unidos. 

Os comentários de Assange foram formulados em carta dirigida ao jornalista britânico independente Gordon Dimmack, o qual decidiu torná-la pública na sequência do anúncio feito quinta-feira passada pelo Ministério da Justiça dos EUA de novas acusações contra Assange com base numa antiga lei sobre espionagem. 

Eis o texto completo da carta e Assange a Gordon Dimmack:

Fui isolado de toda capacidade para preparar a minha defesa, nem laptop, nem internet, nem computador, nem biblioteca até agora, mas mesmo que eu obtenha acesso [à biblioteca] será apenas por meia hora junto com toda a gente uma vez por semana. Apenas duas visitas por mês e leva semanas para conseguir [inserir] alguém na lista de entrada. É uma situação sem saída (Catch-22) conseguir que os seus pormenores sejam examinados pela segurança. Assim, todas as chamadas excepto com o advogado são gravadas e são num máximo de 10 minutos e num [período] limitado de 30 minutos em cada dia no qual todos os prisioneiros competem pelo telefone. E o crédito? Apenas algumas libras por semana e ninguém pode ligar. 

[Estou diante de] uma superpotência que tem estado a preparar-se durante nove anos com centenas de pessoas e incontáveis milhões gastos no caso. Estou indefeso e conto consigo e outros de bom carácter para salvar minha vida. 

Estou intacto embora literalmente cercado de assassinos. Mas os dias em que eu podia ler, falar e organizar para defender a mim próprio, os meus ideais e o meu povo estão acabados até eu estar livre. Todos os demais devem tomar o meu lugar. 

O governo dos EUA, ou melhor, aqueles elementos lamentáveis que odeiam a verdade, a liberdade e a justiça querem trapacear a fim de obter minha extradição e morte ao invés de permitir ao público que ouça a verdade pela qual ganhei os maiores prêmios de jornalismo e ter sido nomeado sete vezes para o Prémio Nobel da Paz. 

Em última análise, a verdade é tudo o que temos.

25/Maio/2019

Esta carta encontra-se em http://resistir.info/

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