sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Como Sartori Passará Para a História do RS: o Infame ou o Perverso?


“Há uma extensa bibliografia sobre o papel dos indivíduos na história. O debate é apresentado a partir da disjuntiva; são as circunstâncias políticas e sociais que produzem os atores que farão história? Ou o contrário, são os atores que se valendo das circunstâncias impulsionam as grandes transformações que afetam a vida de milhões de pessoas?

Na Ciência Política se costuma afirmar que as lideranças importam! Para o bem e para o mal! No final do ano passado escrevi que Michel Temer lidera em nosso País um regime kakistocrático! Isto é, Temer lidera o governo dos piores entre os piores! No caso do RS temos uma variante da Kakistocracia! Embora – até o momento - não atolado em denúncias de corrupção como o ilegítimo presidente, José Ivo, o Sartori, faz um governo que reúne plenas condições para passar a história como o pior governo que o RS teve o desprazer de suportar. 

Os antigos costumavam alcunhar os governantes. Ao nome era acrescido um epíteto; o Grande, o Justo, o Sol, etc. Como o atual inquilino do Piratini será lembrado no futuro; o infame, ou o perverso?

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Como Sartori Passará Para a História do RS: o Infame ou o Perverso?





A Província de São Pedro já pôde se orgulhar de seus homens públicos, mais precisamente do chefe do poder executivo. Independente da filiação ideológica a que pertenceram ou pertencem, despacharam do Piratini personalidades republicanas com a estatura de um Júlio de Castilhos, de Borges de Medeiros, de Getúlio Vargas, Flôres da Cunha¹, de Leonel Brizola, Jair Soares, Alceu Collares, Olívio Dutra e de Tarso Genro. Contudo, a História prega peças! Por obra e graça de uma bem-sucedida operação de marketing eleitoral nas eleições majoritárias para o governo RS de 2014, as urnas pariram o José Ivo, vulgo Sartori, ex-prefeito de Caxias. Não se deveu somente ao marketing a desafortunada eleição. Ocorreu que José Ivo surfou na percepção diariamente construída e rebatida pelo monopólio midiático - e por redes sociais - de que os problemas do País e do Estado, eram de responsabilidade de um partido político (PT), em particular, e do sistema político no geral (“não me representam”).  Nesse contexto a lorota despolitizada de que “meu partido é o rio Grande” encaixou feito uma luva, e permitiu a vitória eleitoral da “agenda oculta” do PMDB². 

Voltando aos predicados, ou melhor, na ausência deles, o mandatário do Piratini talvez fique conhecido como o infame! Nos melhores dicionários infame é aquele indivíduo que deixou de possuir boa reputação, e que por conta de seus atos vis passa a ser desacreditado! Vejamos. Nas eleições de 2014, Sartori e sua infantilizada campanha conquistou um “caminhão de votos” perfazendo mais de 60% dos votos válidos no segundo turno, derrotando o então candidato à reeleição, o ex-governador Tarso Genro. No entanto, vencidos três quartos de um mandato sem projeto de desenvolvimento para o Estado e focado “na tara” pela austeridade para o povo, mas benefícios (fiscais) para os poderosos, Sartori vê seu capital político-eleitoral se esfumaçar! Mesmo que conte com a blindagem midiática de uma famosa retransmissora da rede Globo. Mas se sabe que o “sol não pode ser tapado pela peneira”! Em recente publicação da “insuspeita” de esquerdismo, a revista Veja on-line, em 13/12, foi divulgada uma pesquisa encomendada pela Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asofbm), que revela que apenas 5,5% dos moradores das sete cidades que compõe a região metropolitana da capital, aprovam o governo Sartori. A maioria de 94,5% da amostra dos eleitores reprova o governo. Sendo que 43% o consideram ruim, 24% o acham péssimo e 27,5% o consideram regular. No quesito segurança a aprovação de Sartori cai ainda mais, apenas 2,9% aprovam o governo. Não há nenhuma razão para descrer que se encontrem números próximos a esses em todas as regiões do Estado. Portanto, mantido inalterado o curso da nau, Sartori vem reunindo as condições sócio-políticas para se tornar lembrado no futuro (quiça´próximo) como o governador que arruinou sua reputação, portanto, o infame!

Mas há um traço na personalidade de Sartori (não falo do evidente autoritarismo) que faz dele uma liderança feita à molde para os tristes dias desses pagos. Me refiro a perversidade!  Voltando um pouco no tempo lembro que na campanha eleitoral de 2014, onde ele autorizou sua exposição como “um gringo bonachão”, o “Sartorão da massa”, ao observador mais arguto não escapou que havia algo errado ali, um certo prenúncio do descalabro administrativo e das desgraças que se precipitariam sobre os gaúchos. Recorramos à origem da palavra perversidade. “Pervertere” do latim significa levar ao caminho errado. Em nenhum momento na campanha eleitoral de 2014, Sartori revelou “o caminho”, isto é, ele não disse que aumentaria o ICMS, que não reajustaria e que atrasaria os salários dos servidores e que privatizaria empresas estatais lucrativas. Para se vender “confiável” aos eleitores forjou um personagem abobalhado, que após o resultado eleitoral vitorioso vem nos conduzindo ao “caminho errado”, ao “pervertere”! O trágico dessa situação é que um “perverso” conduzido a um cargo público da mais alta relevância como o governador do Estado do RS, se torna um sóciopata! O sóciopata como se diz é aquele que segue um padrão invasivo para provocar a insegurança e o desrespeito ao direito dos outros, nesse caso os outros são a coletividade que habita o território conhecido como Rio Grande do Sul! Se considerarmos que Sartori atrasou salários intencionalmente (segundo revelação recente da Secretaria do Tesouro Nacional) para justificar o estado mínimo, temos aí o tamanho da sociopatia não só do governador, mas do grupo político que se assenhorou do Piratini!

No Brasil contemporâneo abundam personagens ocupando cargos públicos relevantes, que são assumidamente sóciopatas. E em todos os poderes! A mídia-empresa como sempre trata de naturalizar a ação de trastes como Temer, Maia, Cunha, Moro, Dallagnol et caterva! Querem fazer crer à população que se trata de “um novo normal” a pestilência moral desses torpes exemplares da espécie humana. Tudo em nome do “mercado”, é claro! No RS, José Ivo, o Sartori, tem feito de tudo para merecer um lugar no panteão da infâmia e da perversidade dos homens públicos degenerados. Talvez consiga! Só será contido pela consciência e pela ação de homens e mulheres republicanos, genuinamente gaúcho(a)s e incondicionalmente democráticos! De todo o modo Sartori já fez o suficiente para passar à história como o infame, ou, o perverso! 


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¹Interventor de 1930 a 1934 e governador eleito a partir de 1935. (N.A.)
²A velha história da elevação da carga tributária, dos atrasos de salários, desinvestimento nas funções públicas e das privatizações (N.A.).


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