sábado, 20 de novembro de 2021

“A Guerra Não Convencional na Era Globalizada”

| por: Jorge Autié González


O sucinto artigo de Jorge Autié González, publicado pela Universidade de Ciências Informáticas (UCI) de Havana/Cuba, é suficientemente cirúrgico e preciso para remarcar um tema que abordamos com frequência, ou seja, como a digitalização provocou uma nova Revolução nos Assuntos Militares (RAM). No caso do império norte-americano, atingir objetivos militares por meios não militares se tornou pelo menos há três décadas menos uma opção tática, e muito mais uma estratégia para fins de interferência em países soberanos governados por grupos políticos considerados hostis pelos EUA. Embora Autié não trabalhe com o conceito de Guerra Híbrida, sua brilhante crônica nos remete ao assunto. Posto que o tema foi objeto do meu estudo de caso sobre a situação brasileira. Das malfadadas “Jornadas de Junho de 2013” , o golpe jurídico/parlamentar contra a presidente Dilma em 2016, o arbítrio contra o ex-presidente Lula e a eleição da escória bolsonarista em 2018. Tudo indica que novos capítulos estão sendo urdidos pelos suspeitos de sempre. A frente progressista e democrática unida em torno da candidatura de Lula para as eleições presidenciais do próximo ano, precisa estar muito atenta a tudo!




sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Bolsonarismo e Estado Oligárquico

As instituições oligárquicas do estado brasileiro foram cúmplices e determinantes para a ascensão do putrefato projeto político representado pelo bolsonarismo, em 2018. A rigor são corresponsáveis por sua manutenção e o séquito de desgraças que se abateram contra a população como o genocídio de centenas de milhares pela pandemia, a fome de milhões, o desemprego em massa, a entrega das riquezas naturais do pré-sal e suas reservas de petróleo às transnacionais norte-americanas, as privatizações criminosas do patrimônio público, inflação e estagnação econômica. Posto que se as instituições do estado brasileiro cumprissem com a lei e a Constituição, o (des)governo Bolsonaro já teria sido a muito  impedido e seus próceres processados e encarcerados. 



                                                                                               Foto: Mauro Pimentel/AFP



sábado, 25 de setembro de 2021

"Pesquisadora revela a China ignorada pela mídia onde 850 milhões deixaram a pobreza"

FONTE: Brasil de Fato


Não há registro na história recente da humanidade acerca das dimensões do combate eficaz à pobreza logradas pelo governo chinês. Em quatro décadas, a partir do final dos anos setenta do século passado, foram retiradas da pobreza mais de 850 (oitocentos e cinquenta) milhões de pessoas, o que equivale a aproximadamente a quatro vezes a população do Brasil!

A sustentação desse virtuoso processo foi possível graças ao “socialismo com características chinesas” preconizado pelo governo do Partido Comunista da China (PCCh). Mas no que consiste o “socialismo com características chinesas”? Grosso modo poderíamos sintetizá-lo a partir da importância do estado e de suas políticas eletivas tendo em vista o desenvolvimento de uma comunidade, de seus cidadãos, de suas empresas em consideração ao interesse nacional. Mesmo nos países capitalistas ocidentais o estado nunca deixou de cumprir um papel relevante no desenvolvimento econômico, o que contrasta com a propaganda ultra-liberal acerca das virtudes auto-reguladoras do mercado (sic), que as elites sabujas brasileiras compram rendendo tributo a sua mentalidade colonialista, escravagista e “compradora” tão bem representadas pela malta bolsonarista. Contudo, a história demonstra que não só no caso chinês, mas onde quer que tenha havido desenvolvimento nacional sustentável, o “estado importa”, tal qual o mote das correntes neo-institucionalistas da Ciência Política. 


  Pórtico da Cidade Proibida - Pequim/China


Na entrevista do jornal on-line, Brasil de Fato, sobre o bem sucedido plano de combate a pobreza do governo chinês, a historiadora Isis Maia, que também é pesquisadora em políticas públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nos traz importantes informações sobre como a partir do interesse nacional e sob a direção do governo chinês se obtiveram resultados tão significativos e abrangentes no que tange a diminuição da pobreza, no aumento no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e na diminuição no coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de uma determinada sociedade (a propósito, IDH e Gini são indicadores validados pela ONU).  A pesquisadora chama a atenção sobre como um processo de tal magnitude de enfrentamento bem sucedido à pobreza não é repercutido pela grande imprensa ocidental. Posto que os grupos dominantes locais tenham receio de que se veicule a partir do exemplo chinês, de que a pobreza não é uma fatalidade. Antes, sua perpetuação tem a ver com a ausência de políticas públicas que mitiguem e erradiquem o fenômeno da pobreza e da miséria. Vale muito a leitura atenta da entrevista da historiadora e pesquisadora Isis Maia.


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

O “Putsch” de Bolsonaro: Camarilhas e Chantagens

A mobilização bolsonarista para o sete de setembro tem muito menos a ver com uma tentativa de  “putsch”, ou de golpe de estado, e muito mais com a lógica de sobrevivência das camarilhas que assaltaram o estado brasileiro, tendo em vista a acomodação de interesses de rapina e de preservação de postos no governo. O que Bolsonaro e seus mentores pretendem com ameaças às instituições democráticas desgastadas é se cacifar a seu modo para a reeleição em 2022, e sonham em reproduzir o mesmo arco de alianças do campo golpista e conservador de 2018. No entanto, o grande capital já emitiu sinais suficientes de que Bolsonaro e seu grupo serão descartados. 


           Desfile militar para Bolsonaro: tanque soltando fumaça e presença de poucos blindados foram chacota nas redes

                                                                                    (fotos: reprodução Twitter)


quarta-feira, 21 de julho de 2021

Submissão Sem Fim aos EUA: Brasil Participa de Manobra Militar Contra a Rússia!

Uma notícia muito importante passou “desapercebida” pelos meios de comunicação de massa em nosso País. Entre o final do mês de junho até o dia 10 de julho, os Estados Unidos, países membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e países “convidados” (entre eles o Brasil) participaram de uma manobra militar denominada Sea Breeze (Brisa Marítima) no Mar Negro, conforme a matéria que estou divulgando no blog, assinada pelo jornalista italiano Manlio Dinucci.  Manobra militar subentenda-se exercícios de guerra naval, submarina, anfíbia, terrestre e aérea.  Pelo volume de equipamentos e de pessoal militar empregado, especialistas avaliam que se tratou da maior manobra militar dos EUA na região desde 1997.  Como se sabe no Mar Negro os russos possuem uma importante e estratégica base naval/militar no porto de Sebastopol, na península da Criméia. A Criméia é território historicamente russo e recentemente sua população através de referendo validou tal condição no ano de 2014. É absolutamente claro e evidente que pela proporção da operação, para além de exercícios militares o objetivo foi provocar e ameaçar a Rússia, considerada pelos Estados Unidos junto com a China como adversária dos seus interesses imperiais. 

Contudo, é lícito a qualquer cidadão brasileiro (incluindo nossos congressistas patriotas) que com os seus impostos sustentam os poderes da república brasileira inquirir; porque as Forças Armadas do Brasil  participaram da manobra e qual foi o custo dessa participação? Qual o sentido estratégico em participar de um evento cujo objetivo é ameaçar uma nação amiga do Brasil e com a qual somos parceiro no bloco dos BRICS (Brasil, Russia, India, China e África do Sul)? O que temos a ver com a OTAN geográfica, histórica e estrategicamente? 

Não bastasse setores da alta oficialidade das forças armadas do País, sustentarem e conduzirem o governo genocida e apátrida de Bolsonaro, integrarem vergonhosamente com um general a IV Frota  Norte-Americana (que planeja golpes e intervenções em países latino-americanos), agora se submetem como vassalos aos interesses geoestratégicos dos imperialistas do norte para afrontar uma nação amiga como a Rússia.  

Na matéria do jornalista e geógrafo italiano Manlio Dinucci são descritas em detalhe a operação Sea Breeze, e a lamentável participação das forças armadas brasileiras. Que papel infame e vergonhoso a submissão do governo brasileiro aos interesses geopolíticos do imperialismo!


                                    A imagem é do encontro entre Putin e Bolsonaro durante cúpula do G20, em 2019. 

                                                  Putin encara Bolsonaro como chefe de Estado. Já o miliciano...

                                                             

quarta-feira, 23 de junho de 2021

As Origens da Covid-19: Evolução Natural (Ecológica), ou, Potencial Arma Biológica (Geopolítica)?

  

No final do mês passado o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que as agências de inteligência governamentais investigassem[1] e produzissem um relatório circunstanciado sobre as origens do vírus SARS-CoV-2, que como sabemos ao infectar seres humanos produz a doença Covid-19, responsável pela atual pandemia. Conforme Biden, o relatório deverá elucidar se o vírus se originou do contato entre humanos e animais hospedeiros, ou, se foi produzido artificialmente num laboratório chinês (Instituto de Virologia de Wuhan)  onde acidentalmente - ou, não - ocorreu uma fuga produzindo um surto viral na importante cidade de Wuhan, na província de Hubei,  para logo em seguida se tornar numa temível pandemia.



 

À esquerdda, Instituto de Virologia de Wuhan/China; à direita, Laboratório Bioquímico Fort Detrick, Virginia/EUA 

FONTE DAS IMAGENS: SITES ANSA BRASIL E REVISTA INTERTELAS 



sábado, 15 de maio de 2021

“Por que o sistema chinês pode oferecer mais opções do que a democracia ocidental”

 

Nenhum País cresceu tanto economicamente como a China nas últimas quatro décadas (média anual de 10% do PIB). À par disso aproximadamente 800 milhões de pessoas foram emancipadas da pobreza no período. Portanto, esse extraordinário caso de sucesso econômico e social  precisa ser estudado sobretudo pelos países em desenvolvimento, a fim de se identificarem quais foram as escolhas e as políticas governamentais que lograram resultados tão estupendos. 


Vis à vis ao desenvolvimento econômico também suscita um importante debate a governança chinesa. Infelizmente essa discussão é completamente distorcida na grande imprensa ocidental - inclusive em certos meios acadêmicos - ao reduzirem o tema à dicotomia: democracia ocidental versus autoritarismo oriental. Mas para os que insistem em fazer da chave dicotômica (democracia x ditadura) o seu cavalo de batalha para atacar ideologicamente o governo chinês, cumpre remarcar que quando o tema é debatido com rigor e honestidade intelectual, a suposta “superioridade” do governo “democrático” ocidental se afigura  mais como quimera do que realidade factual.  O relativamente não extenso artigo do prof. Martin Jacques, um dos maiores especialistas do Ocidente em estudos sobre a China, dá um tratamento deveras aprofundado acerca do tema e serve de estímulo e incentivo para a compreensão do socialismo com características chinesas.