| Texto Ilton Freitas
Remonta aos antigos gregos as origens do debate político e filosófico que colocam em perspectivas distintas os defensores do governo dos guardiães (aristocracia), em contraposição ao governo democrático (povo). Os governos que resultam da guardiania e da democracia constituem formas distintas e antagônicas nas suas fundamentações. O grande filósofo da antiguidade, Aristóteles (384 a.C./322 a.C.), em sua obra “Ética a Nicômaco (350 a.C.)”, sistematizou uma famosa descrição sobre os tipos de governo e suas respectivas formas corrompidas. A monarquia poderia resultar em tirania, a república aristocrática resultaria numa oligarquia (poder de poucos), e, finalmente, a democracia degeneraria em anarquia (ausência de autoridade). Seguindo Aristóteles poderíamos agrupar a monarquia e a aristocracia como variantes do poder não democrático, porquanto a democracia e suas instituições constituiriam o poder do demos (povo). Registre-se que para Aristóteles a pior forma era a democracia, pois sua corruptela – a anarquia – ameaçaria a sobrevivência da polis.